23.11.13

Cometa ISON desenvolve "asas"



Um ou mais fragmentos poderão ter se separado do núcleo do Cometa ISON nos últimos dias. Duas estruturas tipo-asa no ambiente gasoso em redor do cometa, fotografadas por uma equipe de cientistas do Instituto Max Planck para Pesquisa no Sistema Solar e do Observatório Wendelstein da Universidade Ludwig Maximilian de Munique, parecem indicar isso; as estruturas aparecem em imagens obtidas no final da semana passada.

Este distanciamento de peças individuais de detritos pode possivelmente explicar o recente aumento de brilho do cometa. O Cometa ISON tem decepcionado muitos astrônomos amadores ao longo da sua viagem até ao Sol. O brilho do cometa, que passará no dia 28 pela superfície do Sol a uma relativamente pequena distância de pouco mais de um milhão de quilômetros, não aumentou tanto quanto inicialmente se esperava.

No final da semana passada, a luminosidade do ISON subiu dramaticamente com vários observadores a relatar um considerável aumento de brilho. Uma possível indicação para a causa do surto é fornecida por imagens do cometa obtidas e avaliadas recentemente por cientistas do Observatório Wendelstein e do Instituto Max Planck para Pesquisa no Sistema Solar. Nos dias 14 e 16 de Novembro apontaram o seu telescópio para o cometa. As análises mostram duas estruturas visíveis na atmosfera do cometa que se estendem a partir do núcleo como asas.

Estas "asas" eram ainda bastante fracas dia 14 de Novembro, mas dominavam claramente as imagens obtidas dois dias depois. "Tais estruturas ocorrem tipicamente após a separação de fragmentos individuais a partir do núcleo cometário," realça Hermann Böhnhardt do Instituto Max Planck para Pesquisa no Sistema Solar. Tal como o núcleo do cometa, os seus fragmentos também libertam gás e poeira para o espaço.

Se as emissões do cometa e dos fragmentos menores se encontram, é gerada uma espécie de camada separadora e por vezes tem um caráter tipo-asa. Se o aumento de brilho visto nos últimos dias foi também provocado pela divisão dos fragmentos, "isso não pode ser afirmado com certeza," acrescenta Böhnhardt. No entanto, esta relação foi comprovada em outros cometas. As estruturas tipo-asa nas imagens não podem ser avistadas a olho nu, são necessários métodos numéricos para aparecerem em imagens processadas.

Para este fim, os investigadores analisam o ambiente gasoso do cometa no computador em busca de mudanças de brilho. O uniforme pano de fundo da atmosfera do cometa é subtraído e deixa assim de eclipsar as frágeis estruturas. "As nossas computações indicam que ou apenas se dividiu uma única parcela, ou apenas poucos pedaços menores," afirma Böhnhardt. Ainda não se sabe como o cometa irá comportar-se nas próximas semanas, quando der a volta ao Sol.

"No entanto, a experiência passada mostra que os cometas que perdem fragmentos têm tendência para fazê-lo novamente," conclui o investigador cometário.

Créditos: Astronomia On-line
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