A Grande Mancha Vermelha de Júpiter sempre foi um grande mistério entre os astrônomos. Os pesquisadores sabiam que ela era fruto de uma imensa tempestade. Esperava-se que ela acabaria em menos de 30 anos quando foi descoberta, mas centenas de anos depois ela ainda continua. Os cientistas não tinham certeza sobre o motivo pelo qual a mancha prevaleceu. Agora, cientistas americanos acreditam que resolveram o mistério utilizando modelos computacionais. Eles acham que o movimento vertical dos gases detém a chave para a persistência da Grande Mancha, restaurando parte da energia que é perdida. De acordo com estudos, essa tempestade deveria ter desaparecido há muito tempo, com base na compreensão da dinâmica dos fluidos.
O pesquisador Pedram Hassanzadeh, pós-doutor da Universidade de Harvard, disse que o número de processos se combina para dissipar os vórtices. A turbulência e as ondas que ocorrem na grande tempestade minam os ventos dissipando parte da energia, irradiando o calor, o que deveria acontecer até sua força e ação desaparecer. “Com base em teorias atuais, a Grande Mancha Vermelha deveria ter desaparecido depois de várias décadas. Em vez disso, ocorre há centenas de anos”, disse o Dr. Hassanzadeh.
O professor Philip Marcus, professor de dinâmica dos fluidos da Universidade da Califórnia, construiu um modelo de computador para analisar as forças que os modelos anteriores descartavam, com fluxos verticais e vórtices. Ao contrário dos modelos anteriores, o modelo também considerou padrões tridimensionais e em alta resolução: “No passado, os investigadores ignoraram o fluxo vertical, porque eles achavam que não era importante ou usaram equações simples porque era muito difícil fazer um modelo”, comentou.
Agora, os cientistas sabem que o movimento vertical é fundamental para explicar por que a Mancha Vermelha existe. Os pesquisadores chegaram a conclusão de que, como o vórtice perde energia, o fluxo vertical atrai gases quentes dos gases que estão acima e atraem gases frios do fluxo que está abaixo do centro, o que acaba repondo parte da energia perdida.
Alguns cientistas já cogitaram a hipótese de que a Grande Mancha obtém sua energia através da absorção de vórtices menores, mas os modelos sempre mostraram que isso não acontece de modo suficiente para explicar tanto tempo de tempestade. O Dr. Hassanzadeh e o professor Marcus informaram que, embora os modelos atuais não expliquem completamente o mistério da Grande Mancha Vermelha, eles assumem que a absorção de eventuais vórtices menores desempenha um papel em sua resistência e durabilidade.
As conclusões do estudo serão apresentadas dia 25 de novembro na Divisão da Sociedade Americana de Física da Dinâmica dos Fluidos. Júpiter tem a maior atmosfera do Sistema Solar e é composta de hidrogênio molecular e hélio. Ela também é o lar de centenas de vórtices.
Alguns duram poucos dias, outros centenas de anos, dependendo do tamanho. A Grande Mancha Vermelha é uma tempestade anticiclônica que existe há mais de 348 anos. Ela é grande o suficiente para ser vista com telescópios relativamente simples. Possui a característica de girar no sentido anti-horário. Suas dimensões variam entre 24 a 40.000 km de diâmetro e possui 14.000 km de altura.
Seu tamanho é tão colossal que seria possível colocar 2 ou 3 planetas Terra dentro dela.
Créditos: Jornal Ciência