Um dos mais importantes instrumentos a bordo do jipe-robô Curiosity é a
ChemCam, um verdadeiro laboratório geoquímico capaz de vaporizar rochas a
7 metros de distância com auxílio de um canhão laser. Esse feixe de luz
é tão concentrado que sua energia equivale a 1 milhão de lâmpadas
focalizadas na cabeça de um alfinete. ChemCam significa Chemistry and
Camera Instrument e combina dois dispositivos em um único equipamento. O
primeiro é o LIBS (Laser-Induced Breakdown Spectrometer), um sistema
laser de alta potência acoplado a um telescópio e um espectrômetro. O
segundo é a câmera remota RMI (Remote Micro Imager). O propósito do LIBS
é analisar as rochas e o solo marciano, enquanto o RMI tem a função de
fornecer aos cientistas as imagens de alta-resolução das amostras
observadas pelo LIBS. Quando em funcionamento, uma área previamente
escolhida pelos pesquisadores é focalizada pelo instrumento e então
recebe uma série de pulsos de laser de altíssima intensidade, que pode
atingir até 10 megawatts por milímetro quadrado. Esses pulsos não podem
ser vistos pelo olho humano e são emitidos no comprimento de onda de
1.067 mícrons, no espectro do infravermelho. Sob intenso bombardeio
energético os átomos do material analisado são excitados e emitem luz.
Esses pulsos luminosos são captados pelo telescópio do instrumento e
enviados para dentro do jipe-robô Curiosity onde são analisados pelo
espectroscópio. Como cada elemento químico emite luz de comprimento de
onda diferente quando aquecido, a composição química da rocha pode então
ser determinada. Como exemplo, o cobre produz luz verde, o alumínio cor
azul, o sódio amarelo, o lítio vermelho, etc. Ao realizar uma missão a
Marte, o tempo é altamente precioso e usa-lo com eficiência é uma
necessidade. Na era dos robôs Spirit e Opportunity eram necessários de
dois a três dias para determinar a composição de uma rocha, já que o
material precisava ser colhido e colocado dentro dos robôs para serem
analisados. Agora, com a nova tecnologia laser não há necessidade de
contato físico com a rocha, que pode estar até 7 metros de distância do
instrumento. De acordo com a equipe da ChemCam será possível realizar
cerca de uma dúzia de análises por dia, o que sem dúvida é um grande
avanço para conhecer um pouco mais sobre a composição do planeta
Vermelho.
Fonte: Apolo 11