O ex-astronauta americano Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na
Lua, morreu aos 82 anos, segundo reportagens na mídia dos Estados Unidos
neste sábado. Armstrong tinha sido submetido a uma cirurgia no coração
no começo deste mês para desobstruir artérias. Como comandante da missão
Apollo 11, Armstrong se tornou o primeiro ser humano a pisar na Lua em
20 de julho de 1969. Em nota, a família afirmou que Armstrong morreu
devido a complicações cardiovasculares, mas não revelou o local onde ele
estava. Os familiares o descrevem como um carinhoso marido, pai, avô,
irmão e amigo, além de "um relutante herói americano que sempre
acreditou que estava fazendo o seu trabalho." Armstrong descobriu
durante exames em um hospital que quatro artérias coronárias estavam
entupidas e teve que passar por uma cirurgia de emergência no início de
agosto. O ex-astronauta vivia em Cincinnati, onde fica o hospital no
qual fez os exames e foi operado. À TV NBC, Gene Cerman (que esteve na
Lua na Apollo 17) relatava uma conversa que teve à época com Carol
Armstrong (mulher de Neil) e ela afirmou que ele se recupera bem após o
procedimento. O astronauta tinha uma vida recatada. Sua última aparição
pública foi no Congresso, em novembro do ano passado, quando defendeu a
Nasa - a agência espacial americana - dos cortes no orçamento e recebeu
uma medalha dos parlamentares. Armstrong nasceu em Wapakoneta, no Estado
americano de Ohio, em 1930. Ele foi um apaixonado pela aviação e deixou
a universidade em 1950 para lutar na Guerra da Coréia. Na luta,
participou de 78 combates aéreos. Após o conflito, começou a trabalhar
como piloto de teste, levando a aeronave X-15 - um misto de avião e
foguete - ao limite com o espaço. Foi um dos primeiros astronautas civis
e participou do programa Gemini, da Nasa. Em uma missão, uma falha no
equipamento quase fez com que a nave se perdesse no espaço. Armstrong,
conhecido por sua calma e frieza em momentos de crise, usou um sistema
reserva para parar a nave (que girava sem controle) e fazer um pouso de
emergência no Pacífico. Mas foi o programa Apollo que eternizou o nome
deste americano. Atrás dos soviéticos na corrida espacial (que já tinham
mandado o primeiro satélite artificial e o primeiro homem ao espaço), o
então presidente americano John F. Kennedy prometeu, em 1962, que até o
fim da década iria mandar alguém para a Lua. A preparação incluiu o
treinamento para aprender a controlar o módulo lunar. Foi outro momento
em que ele esteve próximo da morte. O astronauta teve que ejetar durante
um vôo para não morrer na queda do equipamento. Em 16 de julho de 1969,
Armstrong deixava a Terra a bordo de um gigantesco foguete Saturn V (o
maior já construído pelo ser humano) ao lado dos também americanos Buzz
Aldrin e Mike Collins. No dia 20 do mesmo mês, Armstrong anuciava: "A
águia pousou". Pouco depois, pisava no nosso satélite natural ao lado de
Aldrin. Collins ficou em um módulo em órbita. Após a Apollo 11 e todas
as honrarias que recebeu pelo feito, Armstrong dificilmente apareceu em
público. Ele deixou a Nasa e foi para a Universidade de Cincinnati e
depois trabalhou em empresas particulares. O homem reservado
decepcionava muitos fãs ao frequentemente negar autógrafos e também aos
jornalistas que pediam entrevistas. "Não quero ser um monumento
vivo." "No meu ponto de vista, uma grande conquista da Apollo foi a
demonstração de que a humanidade não está presa para sempre no seu
planeta", disse Armstrong em uma rara aparição.
Créditos: Terra