A Agência Espacial Européia (ESA) está estudando a possibilidade de construir uma base na Lua usando uma impressora 3D robotizada e poeira lunar como "tinta". Recentemente, pesquisadores financiados pela NASA demonstraram que é possível construir estruturas rígidas usando poeira lunar, ou regolito, por meio da fabricação aditiva, que usa as impressoras 3D. A ESA foi além e convocou empresas que pudessem projetar uma base lunar conceitual de forma imediata, com os recursos já disponíveis, usando o máximo possível de materiais lunares.
O projeto foi apresentado no mesmo dia em que a agência espacial da Rússia, a Roscosmos, anunciou a intenção de ter uma base lunar habitada até 2030. O escritório de arquitetura Foster+Partners ficou responsável pelo projeto, com capacidade para acomodar quatro astronautas e oferecendo proteção contra micrometeoritos, radiação espacial e flutuações extremas de temperatura.
A construção da base começa com um módulo inflável, que deverá ser transportado da Terra por um foguete. O cilindro inflável - que forma a câmara pressurizada onde os astronautas habitarão - possui uma abóbada em uma de suas extremidades, que serve de apoio estrutural para a construção. Camadas de regolito são então aspergidas ao longo da cúpula por uma impressora 3D robótica, criando o escudo protetor. Para assegurar a resistência do módulo e, ao mesmo tempo, limitar ao máximo a quantidade de "tinta" - o regolito lunar -, a concha é constituída por uma estrutura celular oca, semelhante a uma espuma. Para testar o conceito, a empresa Monolite forneceu uma impressora 3D de grande porte, usada para fabricar esculturas e capaz de imprimir peças de até 6 metros de comprimento.
O teste consistiu em construir um bloco de 1,5 tonelada de uma poeira similar ao regolito lunar, que os arquitetos usaram como modelo para estimar a estrutura da base lunar. "A impressão 3D oferece um meio potencial de facilitar o estabelecimento de uma base lunar com uma logística mínima suprida a partir da Terra", disse Scott Hovland, da ESA. "As novas possibilidades que este trabalho abrem poderão agora ser levadas em conta por agências espaciais internacionais como parte do atual desenvolvimento de uma estratégia de exploração comum," concluiu ele.
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